Sobre as Testemunhas de Jeová
Apostasia – Contra Quem ou O Quê? – Uma Resposta – Cid Miranda
Apostasia – Contra Quem ou O Quê? – Uma Resposta – Cid Miranda

Apostasia – Contra Quem ou O Quê? – Uma Resposta – Cid Miranda

Copyright © 1998 Cid Miranda

Atualizado em 01/11/2020

Para os homens do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová e seguidores deles, todos os que saem da organização Torre de  Vigia por discordar dos ensinos de tais líderes, são considerados inimigos:

A Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados tem, vez após vez, rotulado de “apóstatas” aos que a abandonam por discordar dela. Ela associa a esse rótulo, tudo que há de mais vil e acrescenta que nem mesmo as orações dos desassociados “apóstatas” podem ser ouvidas por Deus. Em outras palavras, ela condena categórica e enfaticamente o cristianismo praticado por elas.

Na página 94 do manual dos anciãos (dirigentes locais – Versão 1991), “Prestai Atenção a Vós Mesmos e a Todo o Rebanho”, há a seguinte descrição, NÃO BÍBLICA, do perfil de um “apóstata”, conforme entendimento da organização TJ:

“Pessoas que deliberadamente disseminam (apegando-se de forma obstinada e divulgando) ensinos contrários à verdade conforme ensinada pelas Testemunhas de Jeová, são apóstatas”.

Em várias de suas literaturas, a organização tem ensinado às Testemunhas de Jeová que ler matérias discordantes (escritas por pessoas que saem de sua organização) é apostasia e fazer isso constitui-se em um ato semelhante a ler ou ver pornografia, conforme veremos nos parágrafos seguintes. Adicionalmente e sem fazer qualquer exceção, ela afirma que tais pessoas “apóstatas” são, na verdade, “mentirosas, entregues ao seu pai, o Diabo, caluniadoras, inimigas do povo de Deus, desamorosas, raivosas, desonestas, arrogantes”, etc.

Mas deixemos que você, leitor, possa por si mesmo constatar tudo isso com base na própria literatura dessa organização. Examine publicações como a revista “A Sentinela” 01/07/94, páginas 11-13, parágrafos 10-15.

O que resulta de toda essa agressiva propaganda contra a suposta “apostasia”? A Sociedade termina por encorajar a comunidade mundial de seus membros a verdadeiramente odiar os que saem de seu rebanho e expõem os ensinamentos e práticas erradas dela.

Por incrível que pareça, a Sociedade e muitas de suas Testemunhas desejam que esses que se afastam de seu meio saiam sem direito de expressar opiniões contrárias ao que ela ensina como verdade, e humilhados, indignos e ainda por cima, se possível, reverentes à autoridade eclesiástica dela, o conselho supremo, o Corpo Governante e seus representantes.

A Torre de Vigia e seus membros desejam que os que resolverem sair que o façam em total silêncio respeitoso, não propagando nada negativo sobre a suposta “organização de Deus”. Pelo visto, apenas a própria Sociedade Torre de Vigia, por meio de uma alegada “orientação divina”, imagina deter direitos exclusivos para não poupar palavras ácidas nem economizar definições cáusticas contra os que decidirem sair por discordar dela. O que é pior, ela severamente orienta em sua publicações que a “conversa apóstata nada tem de edificante” e que “os apóstatas apenas espancam (criticam) os seus anteriores co-associados”. Tendo instalado tal programação em suas mentes por anos a fio, ela consegue que muitos que saem (desconhecendo os verdadeiros fatos sobre ela) não apenas alimentem a ideia do retorno mas ainda por cima obedeçam essa diretriz de “silêncio reverente”, temendo falar contra a “única religião verdadeira”. Alguns nada falam porque ainda guardam sentimentos de culpa – foram expulsos devido a evidente desacato às claras instruções bíblicas quanto a práticas sexuais, roubo, crimes, violação das “leis de César” (ilegalidades), ou qualquer outro pecado grave (transgressões que toda religião condena usando a Bíblia como autoridade).

No “livro dos anciãos” (dirigentes locais), “Prestai Atenção a Vós Mesmos e a Todo o Rebanho”, página 103, parágrafo 2, a organização Torre de Vigia dá uma forte advertência aos seus membros usando o próprio Deus como escudo:

“Aqueles que querem ter um bom relacionamento com Jeová esquivam-se de desassociados e de dissociados.”

Essa “amorosa instrução” reflete, entre outras coisas, o dramático poder e controle de uma religião sobre seus membros fiéis. Revela a manutenção de um regime de total controle de informações e conhecimento. Põe em evidência o praxe de intimidação que leva um desassociado/dissociado a não explicar aos outros o real motivo de sua saída.

Não há mesmo qualquer maneira digna ou honrosa de sair da organização Torre de Vigia, não importa o motivo. Não há como estabelecer um pacto de paz e tolerância, um “acordo de cavalheiros” com a organização. Infelizmente, por maior que seja o esforço feito, não há saída amigável, um acordo “negociável”! Muitos se ressentem do tratamento injusto e intolerante e por não haver como simplesmente propor:

“Olha pessoal, eu tenho discordado de muitas coisas da organização e por isso gostaria de quietamente me afastar dela. No entanto, gostaria de tratar e ser tratado dignamente por vocês. Não falem mal de mim e assim não terei de me defender de qualquer ataque à minha pessoa. Poderemos manter relações respeitosas e gentis, de amizade e cordialidade, etc”.

Esse tipo de trato é impossível. Essa abordagem pareceria realmente uma piada, algo simplesmente ridículo ou absurdo aos olhos de uma Testemunha de Jeová. E por que? Por causa dos ensinos da organização quanto ao tratamento dispensado aos que saem.

Nos últimos tempos, observamos algum crescimento numérico de Testemunhas de Jeová que se sentem envergonhadas com esse tipo de intolerância promovida e incentivada por sua organização, mas ainda é maioria as Testemunhas que não se envergonham de atacar os que saem por discordar, continuando a rotulá-los indiscriminadamente de “apóstatas”.

As Testemunhas de Jeová têm de aceitar esse ensino (sobre desassociados ou dissociados) sem questionamento. Jamais condenam a organização Torre de Vigia quando essa lhes INSTIGA e desamorosamente lhes INSTRUI por meio de publicações e discursos inflamados, a continuar o ataque aos questionadores. Ela ordena que se EVITE O CONTATO (e possível “contágio”) com os que se tornaram semelhantes a “leprosos espirituais”, os desassociados/dissociados.

Esse comportamento vergonhoso é um dos produtos de consumo interno da organização Torre de Vigia. Ainda assim, as Testemunhas a defendem como sendo a única organização “dirigida pelo espírito santo de Deus, o ‘Deus de amor'” do qual fala a Bíblia. Contudo, tal atitude desamorosa e anti-cristã não corresponde às superiores instruções bíblicas encontradas em 1 João 4:7,8, João 4:8 e assim por diante. Ademais, muitos dos que saem nenhum mal fazem ou nunca fizeram aos seus co-associados. Ao contrário, muitos dos que ficam lhe são pessoas estimadas. Assim sendo, como se aplicariam então as palavras de Paulo em Romanos 12:17-21? Lemos ali:

Não retribuais a ninguém mal por mal. Provede coisas excelentes à vista de TODOS os homens. Se possível, no que depender de vós, SEDE PACÍFICOS PARA COM TODOS OS HOMENS. Não vos vingueis amados, mas cedei lugar ao furor, pois está escrito: “A vingança é minha; eu pagarei de volta, diz Jeová.” Mas, se teu inimigo tiver fome, alimenta-o; se tiver sede, dá-lhe algo para beber; pois, por fazeres isso, amontoarás brasas acesas sobre a sua cabeça.” Não te deixes vencer pelo mal, porém, persiste em vencer o mal com o bem. (TNM)

Para calvário de muitos, porém, ao término da leitura de artigos do tipo citado na revista “A Sentinela” 01/07/94, pág. 11-13, par. 10-15, em palavras bem claras, a fria e desumanizante mensagem passada a toda Testemunha de Jeová é bem diferente dessa que acabamos de ler da própria Bíblia. O Corpo Governante ensina a seguinte atitude mental contra quem não mais deseja ser membro da organização Torre de Vigia por discordar dela: “Podemos atacar os que saírem porque somos o povo santo de Deus sob Sua orientação. Os que saem como ‘apóstatas’ contra nossa organização, são filhos do Diabo e não merecem sequer ser cumprimentados”.

Um exemplo típico do que estamos tratando aqui nos foi dado na semana de 22 de março de 1999, na edição de “Nosso Ministério do Reino” – página 2 – última parte de 20 minutos. As instruções para o encarregado deste discurso baseado em “A Sentinela” 01/07/94, páginas 11-13, parágrafos 10-15, foram as seguintes:

“Leia alguns parágrafos apropriados. Acrescente que os apóstatas prometem libertação da organização teocrática e do seu corpo central de anciãos, o Corpo Governante, mas as vítimas incautas dessa propaganda demoníaca verificaram posteriormente que a prometida ‘liberdade’ não passou de um retorno à corrupção moral e espiritual da qual haviam saído. (2 Ped. 2:19-22)”

  • Nosso Comentário:

 Aqui a Sociedade julga adversamente os supostos “apóstatas” por colocá-los em um só rebanho de condenados à corrupção moral e espiritual. Com certeza a Sociedade já deve ter contactado inúmeras “vítimas incautas”, pois tal presunçosa generalização serve apenas aos propósitos de mais intimidação e pressão psicológica contra membros sinceros que não mais desejam manter suas mentes algemadas por um pequeno grupo de homens em Warwick, EUA.

No entanto, aplica-se aqui o ditado que diz: “não há nada pior para quem controla mentes do que as pessoas que pensam.”

Isso é bem verdade quando lemos as informações de certos “apóstatas”, muitos dos quais não passam de pessoas que usam suas faculdades de raciocínio e que provam factualmente quem realmente tem prometido “falsa libertação” e quem tem levianamente conduzido milhões de PESSOAS SINCERAS a depositarem fé em falsas profecias, ensinos corrompidos e mudados várias vezes e quem tem “amarrado cargas pesadas em seus ombros” (Mateus 23:4) afirmando que só assim é possível que elas ganhem a vida eterna.

  • Continuando…

 “Por isso, seria perigoso deixar-se levar pela curiosidade. (Deut. 12:30, 31; Luc. 17:32; 1 Tim. 2:14) Um dos instrumentos que os apóstatas modernos usam é a Internet, rede mundial de computadores. Com a mesma astúcia empregada pela serpente para desencaminhar Eva, eles se valem do encanto que essa chamada ‘super-rodovia de informações’ desperta nos usuários, para espalhar mentiras rotuladas de ‘informações’. (Romanos 16:17,18; 1 Cor. 5:4; 2 João 9,10). Visto que está envolvida a fornicação espiritual, fazemos bem em tratar toda matéria apóstata como fazemos com a pornografia independentemente do veículo de comunicação usado para disseminá-la. (Tia. 4:4; veja it – 2, pg. 155)”

  • Comentário:

A aplicação de todos os textos citados acima não é questionada pelas verdadeiras “vítimas incautas” de uma “falsa libertação”. Não se faz a devida consulta a estes textos pensando-se em seus contextos. Por exemplo, os textos de 2 João 9, 10 e Rom. 16:17,18 citam que “não se deve receber nos lares, nem cumprimentar e evitar alguém que não traga o ENSINO DE CRISTO”, ou seja, um ensino que não diga exatamente aquilo que está NA BÍBLIA. Porém, a Sociedade se apossa de tais textos e os aplica aos SEUS PRÓPRIOS ENSINOS enganosos e fantasiosos como o mito de que Cristo está empossado como Rei Reinante desde 1914, ensino este cuja origem se baseia, não no ENSINO DE CRISTO, mas nos cálculos que Russel fez da Grande Pirâmide de Gizé. (Livro “Proclamadores”, pág. 201 e “A Sentinela” 1 de Janeiro de 2000, páginas 9 e 10)

Continuando… (Referência ao artigo da revista “A Sentinela” 1/7/94, pág. 12, par. 13):

“Então, quais são os frutos dos apóstatas que distinguem sua propaganda? Há 4 coisas que distinguem a sua propaganda: (1) Esperteza (2) Inteligência arrogante (3) Falta de amor (4) Diversas formas de desonestidade. Estes são justamente os mesmos ingredientes do alimento na mesa dos demônios, todos destinados a minar a fé do povo de Jeová”.

  • Comentário:

Quando se lê tal descrição pode-se inferir imediatamente ao que ela pode ser aplicada e como se encaixa aos ensinos humanos da organização através de “seu corpo central de anciãos, o Corpo Governante”. E o que dizer do “alimento” servido à mesa da organização? Talvez o leitor mais esclarecido se recorde de imediato dos efeitos devastadores do “alimento” ao longo dos anos e de como este causou indigestão por minar a fé de muita gente, como no caso das inúmeras PROFECIAS APELATIVAS NÃO CUMPRIDAS. (Deut. 18:22; Jeremias 23:21)

 Vejamos como se aplicam tais julgamentos adversos a estes árbitros da fé alheia criados pela Torre de Vigia:

 (1) Esperteza e (4) Diversas formas de desonestidade:

 – Abra o livro “Proclamadores”, pág. 76 e veja a mansão que Rutherford construiu para morar em San Diego, Califórnia, com o pretexto de que esperava a vinda dos “servos fiéis da antiguidade – Abrãao, Isaque e Jacó”, etc. Enquanto vivia de luxo em seu palacete, usufruindo os Cadillacs da época longe de sua esposa e filho (pg. 89 “Proclamadores”), este mesmo presidente mandava os irmãos ao “campo” para o trabalho de porta em porta que ele mesmo inventou e ele próprio não fazia.

 – Teoria da Purificação (Iluminação) Progressiva – Em “A Sentinela” de 1 de Janeiro de 2000, Páginas 9 e 10, a organização mostra que Russell era piramidólogo místico e cita o livro dele cujo título completo é “O Plano Divino das Eras – Conforme Mostrado na Grande Pirâmide”.

 A Sociedade afirma reconhecer esse fato, mas SOMENTE APÓS o mesmo ser amplamente divulgado na Internet – o veículo de informações que ela desincentivou acima. Ela admite PARTE DO FATO, fazendo, como sempre, uma “triagem” ao seu bel-prazer e interesse. No livro “Proclamadores”, página 201, ela também esconde vários fatos importantes sobre o estudo de pirâmides feito por Russell como o que vamos indicar a seguir. Quem está sendo desonesto? Ela é desonesta porque não explica que os cálculos feitos por Russell naquela época ainda são os mesmos que ela utiliza hoje em dia para chegar à data de 1914, sendo esses mesmos cálculos baseados na medição que Russell fez das paredes da Grande Pirâmide de Gizé. Observe o leitor que tal data (1914) ainda é para as Testemunhas, a data da entronização de Jesus como Rei do Reino de seu Pai. Visto ser essa data um ENSINAMENTO BÁSICO da organização, ela se omite em fornecer mais detalhes, mostrando apenas o que interessa para ela. É ISSO HONESTO? Por que ela OCULTA outros fatos que toda TJ gostaria de saber? Não praticam os membros do Corpo Governante uma forma de “esperteza”, “inteligência arrogante”, “falta de amor” e “desonestidade intelectual” escondendo os fatos?

 – As táticas de vendas que são suavizadas e substituídas por “colocações”, “donativos” ou “doações” (a partir de janeiro de 2000) (Pesquise em seus dicionários a palavra “venda”). Veja o quanto mais ela pode ganhar com o novo “arranjo”.

 – As contribuições voluntárias que eram recebidas pela Sociedade, as quais ela emprestava a juros (até janeiro de 2000) para irmãos que, na verdade, estavam simplesmente construindo mais propriedades para ela mesma – tudo isso em nome da “obra do tempo do fim”.

– Heranças, doações e seguros que irmãos revertem em benefício da Sociedade ao invés de as reverterem para membros de suas próprias famílias – isso também em nome da “Obra do Reino de Deus”. (Isso não lhe parece familiar com relação a outras religiões também?)

– Neste mesmo número de “Nosso Ministério do Reino” a Sociedade informa aos irmãos que a obra do Reino foi legalizada na Bulgária, mas “esperta e desonestamente”, não informa também que, para ela conseguir isso, teve que assinar um documento perante a Corte Européia de Direitos Humanos declarando que ela “não imporia a proibição de transfusões de sangue aos seus membros e não imporia também nenhuma disciplina aos membros que recebessem sangue”. No entanto, toda TJ sabe que, quem assim o fizer, receberá tal disciplina (repreensão ou desassociação). Essas citações a seguir ainda são a diretriz atual:

“A Sentinela” 1/12/61 – pág. 736

“Se no futuro, ele persiste em aceitar transfusões de sangue… ele precisa ser cortado dela (da congregação) por ser desassociado.”

– “A Sentinela” de 15 de março de 1962, pág. 174, par. 16 e 19

 “É ERRADO suster a vida mediante infusões de sangue, plasma, glóbulos vermelhos ou várias frações de sangue? Sim! …Quer seja sangue integral quer fração de sangue, …Quer seja administrado por transfusão quer por injeção, a lei divina se aplica”.

Resumindo, esse proceder na Bulgária se constitui apenas em um dos vários exemplos de “desonestidade e esperteza”. (Consulte “Links de Interesse” para maiores detalhes)

(2) Inteligência arrogante:

– “A Sentinela”, 1/8/82, pág. 27

“A menos que estejamos em contato com este canal de comunicação usado por Deus, não avançaremos na estrada da vida, não importa o quanto leiamos a Bíblia.” Compare esta afirmação com João 14:6: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.”

– “A Sentinela”, 1 de janeiro de 1974, pág.18:

“Esta (obviamente, a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Brooklyn, Nova York) é a única organização na terra que compreende as ‘coisas profundas de Deus'”

-“A Sentinela”, 15 de julho de 1998, p. 13, par. 15:

“Deus falou a seu povo por intermédio de Moisés e de outros profetas. Depois, Jeová falou-lhe por meio de seu filho… Atualmente, nós temos a palavra inspirada de Deus, a Bíblia Sagrada. Temos também o “Escravo Fiel e Discreto… de modo que Deus ainda está falando.”

– “A Sentinela” 1/12/82, p.13:

“Hoje em dia, um restante desse escravo fiel e discreto… seus deveres incluem receber e passar alimento a todos os servos terrestres de Jeová o alimento… OCUPAM UMA POSIÇÃO SIMILAR A DE PAULO e seus colaboradores, quando esse apóstolo falou sobre as maravilhosas verdades que Deus revela a seu povo. É a nós, que Deus as tem revelado por intermédio de seu espírito.”

Nessa mesma revista, pág. 19, par. 10, a organização dá a entender que ver o Escravo é o mesmo que ver a Cristo. Que o leitor acesse o site oficial da organização, leia e depois julgue por si mesmo. 

E atenção para esta citação em “A Sentinela” de 1 de setembro de 1989, página 19, parágrafo 7:

“Apenas as Testemunhas de Jeová, os do restante ungido e os da “grande multidão”, qual organização unida sob a proteção do Organizador Supremo, têm esperança bíblica de sobreviver ao iminente fim deste sistema condenado, dominado por Satanás, o Diabo.”

(3) Falta de Amor:

Leia o livro “Proclamadores”, pág. 674 e pergunte-se:

– Que amor foi demonstrado por pessoas que estavam no comando central da Torre de Vigia, nas décadas de 70 e 80, nestas cruéis cenas de atrocidades em Malaui por causa de uma incompreensível proibição na aquisição um documento do único partido político de Malauí enquanto no México, no mesmo período, a Sociedade liberava o uso da “cartilla” (carteira de reservista), sendo assim, a mesma questão que esses homens defendiam, a “neutralidade cristã nos assuntos políticos do mundo?”

– Que tipo de amor é demonstrado aos irmãos humildes que passam por sérias dificuldades financeiras, principalmente nos países do “terceiro mundo”, até mesmo os que professam ser da “classe ungida”? Que tipo de amor é demonstrado quando milhões de dólares são gastos em complexos gráficos, impressoras off-set de última geração, caríssimas, prédios ostentosos, fazendas milionárias, etc, quando milhares de Testemunhas pobres necessitam de creches, ajuda até para irem aos congressos, hospitais e instituições de ensino e obras assistenciais necessárias? Demonstra-se genuíno amor chamar atenção apenas para o “lado espiritual”, explorando textos como o de Mateus 6:33 e 24:14, mas esquecendo os excelentes exemplos BÁSICOS dos primitivos cristãos em textos como: Atos 2:44-45 e Tiago 2:14,15 e 1:27, ou os da parábola do Bom Samaritano?

  • Continuando…

 “E há outro aspecto. A que retornaram os apóstatas? Em muitos casos, reentraram na escuridão da cristandade e das suas doutrinas, tais como a crença de que todos os cristãos vão para o céu. Além disso, a maioria deles não mais adota uma posição firme a respeito do sangue, da neutralidade cristã e da necessidade de dar testemunho do Reino de Deus.”

  • Comentário:

Veja como a Sociedade fala de SEUS PRÓPRIOS ENSINOS como a única base cristã verdadeira. Alerta ela que, apenas sob os aupícios de sua estrutura doutrinária, toda TJ deve viver, sentindo-se completamente protegida. Isso é argumentação Ad Baculum; uma intimidação teológica para assustar as pessoas e mantê-las reféns da religião.

Mas, à guisa de exemplo, não é Heb.11:16 uma das provas de que o ensino da Sociedade contradiz a própria Bíblia que afirma que “servos fiéis de Deus no passado – Abrãao, Isaque e Jacó, etc, também procuraram alcançar um lugar melhor, um pertencente aos céus?”

A Sociedade ensina que apenas após o dia de Pentecostes começou a seleção dos aprovados para vida nos céus ao lado do entronizado Jesus Cristo desde 1914. Mas ocorreu mesmo assim?

Pode até haver motivos para se dizer que haverá vida na terra e nos céus, pois sobre quem governariam os designados para viver nos céus? (Rev. cap. 4 e outros). No entanto, é realmente BÍBLICO conjecturar e depois julgar que tipo de pessoa e desde quando tais pessoas foram designadas como pertencendo a uma das “duas classes” apelando para sofismas, contorcionismos teológicos com distorções de textos bíblicos?

Não parece tudo isso pura fantasia de homens que manipularam a Bíblia e a citaram em meros pequenos congressos Americanos para dar sustentação e base para suas crenças pessoais em pseudos cumprimentos de supostas profecias “bíblicas”?

A história do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová se encontra manchada de sangue de sinceras Testemunhas (apenas UM dentre muitos exemplos: Livro “Proclamadores”, página 674). Hoje em dia, no entanto, elas leem um registro histórico branqueado e que afirma que “tudo tem sido feito pela fé em Jeová”, “confiança em suas promessas”, “pela consciência treinada na Bíblia” ou às vezes, a história aparece diferente do que realmente ocorreu. Esses registros servem como berço para embalar LENDAS e MITOS (como o de 1914) que certamente ocorrem em nome dessa “forte fé em Jeová” (que na verdade é em uma organização humana que diz representá-lo). Aprecio bastante a exatidão de uma citação feita certa vez por um estadista atualmente falecido, a qual dizia:

“O grande inimigo da verdade muitas vezes não é a mentira — deliberada, maquinada e desonesta — mas o mito — persistente, persuasivo e irrealista.”

Também concordo com as palavras de um jornalista brasileiro que disse:

“A informação – principal nutriente da consciência – é o melhor antídoto contra totalitarismos. Por isso, regimes totalitários não suportam a liberdade de informação. Para sobreviver e prosperar, precisam proibir ou distorcer a informação de modo a narcotizar a consciência das massas que vivem sob suas égides.”

Várias Testemunhas de Jeová que conheço, começam a dar-se conta de que grande parte daquilo sobre o qual elas basearam o curso inteiro de suas vidas é exatamente isso, um mito — “persistente, persuasivo e irrealista”. Elas têm descoberto que foram roubadas de seu direito de simplesmente informar-se, tendo deixado suas consciências “narcotizadas” diante da égide do grupo auto-designado “escravo fiel e discreto”, mencionado por Jesus que, na verdade, falava apenas de indivíduos fiéis que seriam seus seguidores. (Mateus 24:45)

Como poderia ter sido a leitura do artigo de “A Sentinela” 1 de setembro de 2000 nas entrelinhas do parágrafo 10, página 13? O artigo fazia parte do “Estudo Semanal” dessa revista sob o título: “Mostre que Tem uma Atitude de Espera!”

  • Vamos re/lê-lo? (O conteúdo dos parênteses é nosso):

“Termos uma atitude de espera também nos ajudará a evitar a presunção (qualquer crítica à organização). Alguns dos que se tornaram apóstatas (aqueles condenados por nós) não estavam dispostos (sujeitos às nossas diretrizes) a esperar . Talvez achassem (ousaram pensar por conta própria) que havia necessidade de um ajuste, (mudanças razoáveis) quer de entendimento bíblico, (“nosso entendimento”) quer de assuntos de organização. Mas, deixaram de reconhecer que o espírito de Jeová (?) induz (orienta ou inspira) o escravo fiel e discreto (sim, nós, homens escolhidos e “orientados pelo espírito santo de Deus”) a fazer ajustes no tempo devido Dele (‘nosso tempo’), não quando nós (vocês da Grande Multidão) talvez os achemos necessários. E quaisquer ajustes têm de estar em harmonia com a vontade de Jeová (e SÓ NÓS sabemos qual é essa vontade), não com nossas próprias idéias (qualquer uma que não venha do nosso conselho executivo central em Brooklyn). Os apóstatas (párias condenados) deixam que uma atitude presunçosa (o direito de pensar e falar o que foi pensado) distorça seu modo de pensar (que deveria ser unicamente o NOSSO modo de pensar) e os faça tropeçar. Mas, se eles tivessem a atitude de mental de Cristo (desculpem-nos o apelo), poderiam ter conservado sua alegria (dizendo “sim” e ficando calados a tudo que decidimos por aqui) e continuado entre o povo de Jeová (apesar de suas consciências diante de nossos equívocos que custaram vidas).

O conteúdo dos parênteses não tem intenção de retratar sarcasmo vazio nem ironia sem sentido. É apenas uma forma realística de se fazer uma leitura mais direta da mensagem por trás das palavras do Corpo Governante sobre os supostos “apóstatas”.

Um pouco antes no parágrafo 7, a Sociedade afirma o seguinte:

“Às vezes talvez achemos que certo esclarecimento está demorando muito… Por que devíamos privar-nos de alegria piedosa porque nem tudo é inteiramente entendido? Lembre-se de que é Jeová quem decide quando e como revelar seus ‘assuntos confidenciais’.

Agora pergunte-se leitor: não foi a própria Sociedade que marcou datas e deu evidentes demonstrações de não “saber esperar” por criar expectativas erradas, coisas fartamente comprovadas nessas páginas? Não tem sido a própria organização que se inclina a “decidir quando e como Jeová revela seus assuntos confidenciais” ao se auto-designar porta-voz Dele, administrando um suposto “alimento no tempo apropriado”, alimento esse que se relaciona com uma série de assuntos sobre os quais a Palavra Dele não é clara?

Uma pessoa já comparou a organização com uma mãe severa que diz que seus filhos devem comer apenas do alimento que ela própria prepara, garantindo aos mesmos que tal alimento é nutritivo e muito especial, não podendo ser encontrado em nenhum outro lugar e, quando tal alimento se prova indigesto para seus filhos e os mesmos reclamam dele, tal mãe os repreende e os ameaça com punições terríveis nunca admitindo que foi ela própria a única responsável pelos problemas.

Para concluir, devo dizer que estou consciente de que comentários cáusticos, palavras mordazes cuidadosamente selecionadas e maldosas sobre os que abandonam a organização, continuarão a existir nas literaturas da Torre de Vigia. Tome outro exemplo no que diz o mensário “Nosso Ministério do Reino” de novembro de 1999, página 4, final do parágrafo 12:

“Os membros da congregação são protegidos pela providência bíblica de desassociar tanto transgressores impenitentes como quem promove idéias apóstatas. (1 Cor. 5:9-13, Tito 3:10, 11)”

Leia os textos citados nos parênteses e descobrirá que tal “providência bíblica” não faz parte desses textos super mal usados pela Sociedade para colocar “pecadores impenitentes” no mesmo rebanho daqueles que simplesmente ousaram discordar de seus ensinos, contudo nem por um instante da Palavra de Deus, a Bíblia.

As doutrinas de fabricação humana continuarão a fazer parte das crenças, crendices e mitos do “povo de Jeová” que crê fielmente em sua agência de informações, o Corpo Governante, como único canal de comunicação “PROGRESSIVA” de Deus com os homens. (“A Sentinela”, 1 de Fevereiro de 1994, página 10, par. 9-11, sob os sub-tópicos “Ensino Progressivo” e “Entrada na maravilhosa luz de Deus”)

“LUZ… DE DEUS?”

Nessa resposta ao Corpo Governante, podemos dizer que, quem muito escreve muito erra. Ora, mas “errar é humano”. Contudo, quando homens comuns se auto-elegem como o único “canal de comunicação de Deus”, e se auto-designam “Corpo Governante” (e não há na Bíblia tal expressão), “legítimos porta-vozes de Deus” que ensinam coisas erradas e continuam a errar bastante e, ainda assim, afirmam perigosamente que o “espírito santo os dirige” (e conseqüentemente dirige seus erros), isso é exatamente o que podemos chamar de APOSTASIA (1 Cor. 4:6 e 2 João 9).

Para concluir, o leitor pode conferir o posicionamento totalitário e opressivo em muitas publicações dela sequestrando a liberdade de escolha de seus membros e suas próprias consciências em questões que só caberiam a elas decidir. É, portanto, um regime de controle mental poderoso que faz pessoas sinceras agirem como soldados obedientes que não pensam por si mesmos.