Sobre as Testemunhas de Jeová
Proibições, Conselhos “Amorosos” e Similares – Cid Miranda
Proibições, Conselhos “Amorosos” e Similares – Cid Miranda

Proibições, Conselhos “Amorosos” e Similares – Cid Miranda

Copyright © 2002 Cid Miranda

Atualizado 2021

  • Proibições Bíblicas, não Bíblicas e Anti-Bíblicas entre as Testemunhas de Jeová

“Vós fostes comprados por um preço; parai de vos tornardes escravos de homens.” (1 Cor. 7:23)

“Se ainda estivesse agradando a homens, não seria escravo de Cristo.” (Gal. 1:10)

A organização das Testemunhas de Jeová, denominada no Brasil de ACTJ (Associação Cristã das Testemunhas de Jeová), alega que seus membros compõem o “povo feliz de Jeová”, livre, que vive num “paraíso espiritual”, hóspede da “hodierna arca de salvação de Deus”. Para que essa imagem seja comprada pelos simpatizantes do movimento e internalizada pelas Testemunhas, um modo de vida detalhadamente delineado em suas publicações e reuniões semanais é persistentemente repetido sob uma luz favorável, positiva e em linguagem impactante. Tal modo de vida inclui, no entanto, uma lista de proibições e “conselhos amorosos” que são, de fato, normas restritivas. (Contraste com Mateus 11:28-30) Assim, a imagem colorida proposta pela organização é tanto “vendedora” quanto irreal e se afunila num pacote de ensinamentos recheados de mitos e ilusões que impressionam mentes crédulas.

O estilo de vida das Testemunhas quase nada tem de livre. É altamente regimentado e a consciência individual obstruída pelos comandos de seu Corpo Governante de onde emana a maior parte das proibições existentes. Elas agem quais grilhões do direito ao exercício da liberdade que a verdade de Cristo proporciona, e que foi enfatizada por ele em João 8:32 nas palavras: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.

Diversas dessas proibições criadas e impostas por aqueles homens do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová andam de mãos dadas com dezenas de obrigações “teocráticas”, sustentadas e alavancadas por um poderoso regime de controle e manipulação. (Contraste com 1 Cor. 7:23)

Por causa do grande número de restrições ilógicas e até vergonhosas, escritas ou expressas informalmente (um exemplo escrito: não celebrar aniversários natalícios; não escrito: “desaconselhar” uma publicadora batizada a dançar com um publicador, mesmo um batizado), muitas Testemunhas por vezes se sentem irritadas, injuriadas, ressentidas, cansadas, etc, e ainda outras, “desencorajadas espiritualmente”, achando que “a vida ficou insípida, desinteressante”, conforme nos escreveu recentemente uma Testemunha de Jeová veterana. Mas mesmo sentindo vergonha de diversas dessas proibições, algumas Testemunhas às vezes tentam passar uma versão mais “light” aos de fora, dizendo que “as coisas não são exatamente assim”. Mas são! Para ilustrar o ponto: quando um grupo de trabalho ou de escola começa a cantar “Parabéns para Você!”, uma Testemunha se sente envergonhada por não acompanhar seus colegas. E por que se envergonha? Porque está consciente de quão patética, anormal e absurda essa atitude parece aos olhos das pessoas.

Uma outra observação sobre as proibições relaciona-se com o fato da realidade se contrastar em muito com a utopia dos rostos felizes que as publicações estampam ou com o “modo de vida feliz” que ela reputa apenas a seus membros. Obviamente, não queremos generalizar que todas as Testemunhas são infelizes, absolutamente. No entanto, as Testemunhas não são, como grupo, mais felizes que pessoas de outras igrejas que também se jactam de ser “parte especial do povo de Deus”. As Testemunhas são pessoas comuns que enfrentam os mesmos problemas que o resto da humanidade enfrenta – mas com o agravante de que têm de levar uma carga muito mais pesada, imposta por uma organização manipuladora que vê méritos em normas carregadas de minúcias legalísticas. (Mateus 15:9)

As centenas de gravuras e fotos de crianças brincando alegremente, por exemplo, escondem a falta de tempo dos pais Testemunhas que sentem dificuldade em reservar tempo para o entretenimento com seus filhos por causa das chamadas “responsabilidades e privilégios (=obrigações) teocráticos”, principalmente no caso dos anciãos. As faces “felizes” de garotos e garotas pregando as “boas novas” não retratam em absoluto os semblantes de dezenas de milhares de jovens que se sentem frustrados com essa modalidade compulsória de horas contadas de “serviço sagrado”. As experiências “emocionantes” relatadas por um punhado de Testemunhas que alcançam “privilégios de serviço” na organização (como o de ser ancião ou servo ministerial), confundem-se com adicionais perseguições internas e dores de cabeça gratuitas causadas por co-membros batizados (mesmo alguns co-anciãos que se julgam “donos da verdade”). E a lista é bem maior…

O que causa, então, a situação apenas de vitrine para consumo externo, cujo slogan de marketing é a de “Povo Feliz” e livre, ao passo que a verdade tem se provado tão diferente? Na maioria dos casos, a causa básica da diferença entre o que as publicações das Testemunhas dizem existir lá dentro e o que realmente existe, tem a ver com as normas criadas por homens que são reverentemente chamados de “Corpo Governante das Testemunhas de Jeová”. As proibições, como já ilustramos, representam fardo adicional na vida de uma Testemunha que já leva uma carga muito grande, pesada, insuportável de tais “atividades teocráticas”. Agora, contraste tudo que você vai ler com o que Jesus nos garante em Mateus 11:28-30 (Versão Ferreira de Almeida):

28. Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. 29. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. 30. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.

Diferentemente do “jugo suave e fardo leve” dos quais Cristo falou acima, apresentaremos ao leitor interessado, uma carga muito pesada, “fardos” de fabricação humana, sim, um considerável número de proibições para as quais as Testemunhas dão apelidos carinhosos, respeitosos como “admoestações espirituais”, “conselhos amorosos”, “reajustes no modo de pensar”, “conceitos cristãos”, etc. A longa lista de assuntos (por ordem alfabética) com base na informação do Corpo Governante (foto abaixo), válida até à data da escrita dessa página em 23/11/2020, não são meras orientações desses homens, mas limitações absolutamente reais que produzem grandes transtornos desnecessários, na vida das Testemunhas.

O leitor lerá aqui sobre várias regras que homens como os oito nesse quadro (Corpo Governante em 2018) criaram e você, leitor, poderá julgar se elas vão “além das coisas que estão escritas” na Palavra de Deus (1 Cor. 4:6) e que são renitentemente adotadas pelas Testemunhas como parte do “conjunto da verdade de Deus”. Naturalmente, não incluiremos nessa lista, proibições que normalmente são condenadas por lei na maioria dos países do mundo como roubo, extorsão, crimes, fraudes, pedofilia, adultério, etc. Incluiremos na lista que segue, questões de consciência que as cartilhas de muitas religiões deixam a critério ou julgamento de seus membros mas que podem significar até mesmo a expulsão (excomunhão) de uma Testemunha.

Observe o leitor que algumas das normas encontram refúgio em expressões do tipo “não seria aconselhável”, “não é apropriado para um cristão”, “não seria cristão”, etc, nas publicações apontadas. Tais frases tanto forçam como reforçam regras religiosamente concebidas que são adotadas por cada Testemunha que quer manter-se na condição de “membro aprovado”, “irmão com boa espiritualidade”, “boa associação cristã”, etc.

O exercício didático aqui proposto ao leitor TJ é que, por si mesmo, classifique as normas, “conselhos”, conceitos e proibições como bíblicasnão-bíblicas ou anti-bíblicas, conforme seu conhecimento/entendimento, discernimento e/ou julgamento bíblico:

A Longa Lista (Nota: Os grifos são nossos)

Aniversários Natalícios: é proibido celebrar aniversários natalícios. (Veja A Sentinela de 15/01/81 páginas 30-1)

Armas de Fogo: proibidas para ganhar “privilégios teocráticos”, mas “questão de consciência” para ser TJ. Veja como funciona:

A Sentinela de 15/01/84, página 24, par. 12, diz: “Mas, mesmo que ele ache necessário defender a si mesmo ou a seus entes queridos com qualquer coisa que tiver à mão, não deve usar armas de fogo.” Do parágrafo 17 em diante, nessa mesma edição, há considerações sobre serviços que exigem o porte de armas de fogo. Veja: 1. “O cristão maduro deve tentar achar emprego sem o uso de armas…”; 2. “…não podemos mais considerar como exemplar o irmão que continuar num emprego armado. Podem-se-lhe conceder seis meses para fazer a mudança. Se não fizer tal mudança não estará em condições de ter privilégios especiais de serviço e de responsabilidade na congregação.” Cartas da organização TJ:

Artes Marciais: proibidas. A Sentinela de 15/01/84, página 24, par. 13, diz: “Os que confiam em Jeová certamente não recorreriam às artes marciais para se defender!”

Atividades Escolares Relacionadas com “Feriados ou Costumes Pagãos”: todas nessa categoria são proibidas. Na longa lista dessas atividades estão celebrações religiosas como São João, Natal, Páscoa, Dia de Finados, Dia de Todos os Santos, Halloween, Páscoa, etc ou dias como o da Independência do País, Dia dos Namorados (Dia de São Valentim), Dia das Mães, Dia da Criança, etc. (Veja a brochura Escola, 1983, pág. 14-16) Veja também A Sentinela de 1961, pág. 255. A Sentinela 01/12/96, pág. 9, lemos: “A instrução bíblica recebida em casa e nas reuniões cristãs ensinou-lhes (filhos de Testemunhas) que esses costumes desagradam a Deus, mesmo quando o objetivo é só diversão.” Na página 18 da brochura Educação, 1995, lemos: “As Testemunhas de Jeová adotam a mesma posição (proibição) para com outros feriados religiosos ou semi-religiosos, que em diversos países ocorrem durante o ano letivo, tais como as Festas Juninas no Brasil, a Epifania na França, o Carnaval no Brasil e na Alemanha, o Setsubun no Japão, e o Halloween (Dia das Bruxas) nos Estados Unidos.” Nota adicional: com o uso das palavras de Jesus em João 17:16, “não fazem parte do mundo, assim como eu não faço parte do mundo”, o Corpo Governante coloca as Testemunhas de Jeová diante de dilemas intermináveis quando solicitadas para participar em eventos sociais e esportivos tais como competições de futebol, vôlei, basquete, etc, com “pessoas do mundo”. Nem mesmo torcer por um time é “aconselhável”; participar das Olimpíadas ou de campeonatos em geral, menos ainda.

Bandeira Nacional: pode-se ficar em pé de modo respeitoso enquanto ela é hasteada mas não se deve saudar à bandeira nem fazer juramento de lealdade a ela. A TJ não deve cantar o hino nacional que às vezes é entoado nessas ocasiões: (A Sentinela de 14/07/74, páginas 446-7). Quanto a hastear e arrear a bandeira nacional, a TJ só pode fazer isso se tal ato não fizer parte de uma cerimônia (isso é diferente do caso de uma TJ que trabalha num edifício do governo no qual ela tem de hastear e arrear a bandeira rotineiramente, comparando-se isso com o abrir e fechar de portas – Veja A Sentinela de 15/07/77, página 447)

Barba: Não havia uma proibição escrita, expressa, mas as publicações sempre puseram o uso de barba por varões Testemunhas (a partir de 1916, após a morte de Russell – que usava barba) sob luz desfavorável. Fez isso ao relatar experiências de homens que mudaram sua aparência para “melhor” por recorrerem ao padrão de cortar suas barbas ao se tornarem Testemunhas. (Veja A Sentinela de 15/02/76, pág. 116, par. 9, A Sentinela de 15/02/75, pág. 125, A Sentinela 15/05/78, pág. 22, etc). Por ser vista de modo negativo nas publicações, a barba no padrão mundial das Testemunhas hodiernas, não era usada pela maioria esmagadora de seus membros até meados de dezembro de 2023 quando a liderança da organização das Testemunhas de Jeová liberou o uso da barba. Até aquele mês e ano, eles sabiam que poderiam não atingir “privilégios de serviço” por causa do uso de barba, além do quê, sentiam-se como “estranhos no ninho”. Embora da França, Portugal e de alguns outros países, chegassem relatos de homens no cargo de anciãos que usavam barba, a organização, de modo implícito, conforme visto em sua literatura, estabelecia a estranha posição dela até dezembro de 2023 quando fez a mudança. A barba foi finalmente liberada!

Bater Palmas após o Anúncio de Readmissão de um Desassociado: proibido. Em contraste com essa proibição, veja a atitude descrita por Cristo em Lucas 15:7: “Eu vos digo que assim haverá mais alegria no céu por causa de um pecador que se arrepende do que por causa de noventa e nove justos que não precisam de arrependimento.”

Batismo de Estrangeiros Ilegais: Não é proibido realizar o batismo de um estrangeiro ilegal no país mas é proibido que tal homem receba “privilégios” na congregação como o cargo de ancião ou servo ministerial, etc. Veja A Sentinela de 01/09/77, páginas 543-4.

Batismo Realizado por Mulheres: É proibido o batismo realizado por mulheres Testemunhas. A pessoa tem de batizada por um varão Testemunha, embora a “dedicação” (oração feita para expressar a Jeová o desejo de servi-Lo) não fique invalidada caso a pessoa a tenha feito antes do batismo realizado por uma mulher Testemunha (como relata A Sentinela de 15/01/74, páginas 63 e 64 sobre o caso de uma mulher TJ que realizou um batismo num campo de concentração)

Batismos de Bebês (e “padrinhos”): Terminantemente proibidos. Em A Sentinela de 15/02/73, pág. 127, lemos: “Atualmente, em muitos lugares, o costume de se ter padrinhos é apenas uma formalidade. O padrinho costuma dar à criança um presente, e depois, amiúde, tem pouco que ver com a criança, quanto a treiná-la na crença. Entretanto, visto que o princípio baseia-se apenas na tradição católica e é contrário às Escrituras, os verdadeiros cristãos evitarão qualquer ligação com tal prática.”

Bilhetes de Loteria: é proibido jogar na loteria e em qualquer “jogo de azar”, mesmo que a renda seja para obras de caridade. Por quê? De acordo com a organização, a loteria “incentiva a preguiça ou a promove; estimula a cobiça…; desvia-se dinheiro que deveria ser empregado para comprar as genuínas necessidades da família — mais alimentos, roupa adequada, melhores cuidados médicos” (e melhores contribuições à “obra do Reino”, é claro – Veja A Sentinela de 15/07/89, pág. 30) Quanto a “sorteios”, a Testemunha só os aceita se forem presentes promocionais de uma loja e isso está em A Sentinela de 15/08/73, pág. 511-12 que mostra ainda algumas vertentes proibitivas nessa questão.

Brindar: é proibido fazer brindes levantando-se copos. Veja A Sentinela de 1968, páginas 447 a 448.

Caçar e Pescar por Esporte: desaconselhável. Em A Sentinela de 15/05/90, pág. 30 e 31, a organização mostra que a caça e pesca devem ter motivo na busca por alimento e não no mero prazer oriundo desse esporte. Também A Sentinela de 15/01/84, pág. 25, par. 14, 15.

Casamento de Parentes do Mundo – Pode a TJ Comparecer? A Sentinela 15/03/75, página 190, desaconselha ao dizer: “é uma questão de decisão pessoal… No entanto, há princípios bíblicos e uma ampla variedade de circunstâncias que devem ser tomados em consideração. A cerimônia de casamento talvez seja realizada num edifício religioso e por um clérigo. Isto a tornaria bastante diferente duma cerimônia puramente civil. O verdadeiro cristão não pode com boa consciência juntar-se ou participar em quaisquer orações ou atos religiosos de que sabe que são contrários ao ensino bíblico. Nem está interessado em ver quão perto pode chegar aos atos apóstatas sem ultrapassar a linha de demarcação. Ele tem a obrigação de acatar a ordem bíblica: ´Não vos ponhais em jugo desigual com incrédulos. Pois, que associação tem a justiça com o que é contra a lei? . . . Ou que quinhão tem o fiel com o incrédulo? . . .‘Portanto, saí do meio deles e separai-vos’, diz Jeová, ‘e cessai de tocar em coisa impura’.” — 2 Cor. 6:14-17.

Casamento com “Pessoas do Mundo”: é altamente desaconselhável uma TJ casar-se com um “mundano”. Uma TJ não deve sequer relacionar-se intimamente com “pessoas do mundo” quanto mais casar-se com uma delas. Mesmo que tais pessoas se digam “cristãs”, elas continuam pertencendo a uma denominação religiosa, parte do “império mundial da religião falsa, Babilônia, a Grande.” “Casar-se no Senhor” (1 Cor. 7:39) para uma Testemunha significa “Casar-se na Organização” e não apenas “Na Fé em Cristo” ou “No Senhor”. Frise-se, no entanto, que esse não é um requisito apenas entre as Testemunhas. A maioria das religiões ditam a mesma regra – casar-se com pessoas do mesmo credo. Muitos acham que as diferenças religiosas podem criar conflitos adicionais desnecessários para um casal. Veja A Sentinela de 15/09/82, pág. 30-1, último parágrafo, e observe como a organização se apropria com exclusividade da Palavra de Deus ao dizer: “Mas, e se uma Testemunha de Jeová planeja desrespeitar o conselho de Deus e casar-se com alguém que não é Testemunha batizada? A menos que haja algum motivo excepcional, os irmãos da congregação não desejarão celebrar tal união desigual. Tampouco seria o Salão do Reino colocado à disposição para o casamento. É cedido para casamentos de dois cristãos batizados que se casam ´somente no Senhor´. Ou pode às vezes ser usado por duas pessoas que servem regularmente a Deus como parte da congregação, e que se batizarão em breve. Por não permitirem que uma Testemunha de Jeová, que planeja ‘colocar-se em jugo desigual com um incrédulo’, use o Salão do Reino, os anciãos congregacionais podem salientar a seriedade do conselho de Deus de casar-se ´somente no Senhor´”

Cobrir a Cabeça: as mulheres Testemunhas batizadas, ao dirigirem estudos “bíblicos” na presença dum varão batizado, fazem-no com a cabeça coberta. (Veja A Sentinela de 1960, pág. 478) Mas elas não têm de cobrir cabeça ao interpretar para surdos (Veja A Sentinela de 1977, pág. 640) nem fazer partes na Escola do Ministério Teocrático. (Veja A Sentinela de 1961, pág. 671-2) No entanto, as mulheres são proibidas de orar na presença dum varão batizado. Veja A Sentinela de 1960, página 478.

Controle da Natalidade: Não é proibido mas dependendo do método, há fortes “admoestações” para análise do casal, como a questão do uso do DIU – Dispositivo Intra-Uterino (Veja A Sentinela de 15/06/1970, pág. 381-282, onde se lê que o DIU é uma “decisão conscienciosa”. Mas em A Sentinela de 01/01/80, pág. 31-2, encontramos: “há evidência crescente de que com o DIU colocado a concepção pode ocorrer, ou ocorre, e que o produto da concepção é impedido de se desenvolver normalmente numa criança. O cristão sincero, interessado em saber se é adequado o uso do DIU, deve considerar seriamente esta informação à luz do respeito pela santidade da vida baseado na Bíblia.”

Como método contraceptivo, não é proibido, um varão TJ jogar seu sêmen fora numa relação, mesmo em vista do caso de Onã. Sobre isso, A Sentinela de 15/10/73, pág. 639, diz: “Sendo o caso de Onã um que envolvia a desconsideração egoísta para com o objetivo do casamento de cunhado, ele não pode ser usado para condenar o controle da natalidade. É digno de nota que a Bíblia, em parte alguma, trata do uso de preventivos ou do controle da natalidade no casamento. Nem diz ela que os cristãos têm a obrigação de ter filhos. Por conseguinte, no que se refere ao controle da natalidade, os casais cristãos precisam deixar-se controlar pela sua consciência treinada pela Bíblia.” Sobre esterilização (como vasectomia) e pílulas, tais métodos são aceitáveis (Veja A Sentinela de 1/5/85, pág. 32; A Sentinela de 1975, pág. 350-2, A Sentinela de 15/6/89, pág. 29 e A Sentinela de 1964, pág. 479 enquanto o aborto é proibido.

Copa do Mundo: é “desaconselhável” torcer (= “desejar ser o número um”) ou mesmo concentrar tempo vendo tais jogos pois a Testemunha deveria ao invés, gastar tempo com tarefas da organização (“atividades espirituais”) tais como preparar suas infindáveis e maçantes reuniões, partes em reuniões, sair pregando as “boas novas” segundo os achismos da Torre de Vigia, etc, achando que desse modo está servindo a Deus. Veja Nosso Ministério do Reino de Junho de 1994, pág. 2, e as revistas que ele relaciona quando diz: “Mantenhamos o conceito equilibrado sobre o futebol. Palestra entre dois anciãos sobre pontos apropriados na Despertai! de 8 de maio de 1991, páginas 10-12, e de 22 de agosto de 1991, páginas 8-9. Salientem os princípios bíblicos pertinentes. Em vista da proximidade duma nova Copa do Mundo, precisamos controlar nosso espírito quanto a desejar ser o número um ou acompanhar de perto os muitos jogos e/ou seus escores. Manter o equilíbrio inclui também não negligenciar as mais importantes atividades espirituais, nessa época em que muitos concentram a mente no esporte.”

Distribuição do Ministério do Reino: proibido fazer distribuição geral desse mensário das Testemunhas. Enquanto em outras religiões, qualquer pessoa recebe um folheto para o acompanhamento de suas reuniões, apenas os que fazem a “obra” da Torre podem recebê-lo. Nosso Ministério do Reino (KM) de fevereiro de 1987, página 8, proíbe: “O Nosso Ministério do Reino destina-se a prover ajuda e incentivo para aqueles que participam no ministério de campo. Portanto, não é para distribuição geral. Todos os publicadores batizados e os associados aprovados devem receber um exemplar. Os que assistem regularmente às Reuniões de Serviço e que estão fazendo progresso rumo à participação no ministério de campo também devem receber um exemplar. Certifiquem-se de reservar um exemplar para a biblioteca do Salão do Reino. Pessoas desassociadas não devem receber um exemplar de Nosso Ministério do Reino.”

Divórcio: proibido, exceto em caso de adultério comprovado, e se o cônjuge infrator mantiver o ato de modo impenitente, sem arrependimento. Mesmo que o transgressor se arrependa, a vítima terá o direito de não o perdoar e apelar para o divórcio que, com base em Malaquias 2:16, será desincentivado pelo corpo local de anciãos. Em A Sentinela de 15/02/75, pág. 126, há mais considerações pertinentes. Notas: 1) Pode haver “separação de corpos” em caso de violência doméstica. 2) A masturbação não dá base para o divórcio mas A Sentinela de 15/02/75, pág. 128, diz: “A masturbação definitivamente é um hábito impuro. Isto se evidencia em que, segundo a lei mosaica, até mesmo a ejaculação involuntária de sêmen tornava o homem cerimonialmente impuro, até à noitinha. (Lev. 15:16; Deu. 23:10, 11) …o cristão deve esforçar-se arduamente a evitar quaisquer hábitos imundos, inclusive a masturbação.”

Ecumenismo: proibido. O livro Proclamadores na página 145, alerta: “Os que praticam a adoração verdadeira não se empenham em ecumenismo.”

Emprego em Organizações Religiosas: proibido. Veja A Sentinela de 1965, pág. 287

Falar com Pessoas Desassociadas ou Dissociadas: é terminantemente proibido, exceto por motivos de transações comerciais (onde está isso na Bíblia?). Em caso de parentes desassociados, as Testemunhas devem reduzir o contato, falando estritamente necessário. Não pode haver diálogos que tratem de “questões espirituais”. Veja os números de A Sentinela 01/04/83, pág. 31, 15/04/80, pág. 32, 15/10/86, pág. 31, 01/04/86, pág. 30-31, etc.

Falar nas Reuniões – As Mulheres Podem? A Sentinela 15/10/73, pág. 638-9, diz: “Em harmonia com a norma apostólica, as mulheres nas congregações das testemunhas cristãs de Jeová não instruem a congregação nas reuniões públicas. Não exercem autoridade sobre os homens. O que falam é feito sob a direção dos homens designados para supervisionar a reunião.” Mas não é proibido que as mulheres falem social ou informalmente antes ou após as reuniões, ou até mesmo “façam partes na tribuna”, debaixo da devida “direção dos homens designados”. As mulheres são terminantemente proibidas de usar o púlpito para ensinar diante de varões ou mesmo fazer orações mesmo quando houver um varão presente. Ao dirigirem estudos “bíblicos” (estudo de publicações da organização com apelos de textos bíblicos) com “varões batizados”, elas devem cobrir a cabeça.

Flores nos Funerais e Colocar em Túmulos: é proibido se for para “honrar os mortos”. A Sentinela de 15/03/71, pág.191-2, diz: “Se alguém pensar que está honrando o morto quando envia flores, então faz o que os pagãos fizeram. Tal motivação é errada, do ponto de vista cristão. Mas se enviar flores para consolar os sobreviventes, para tornar uma ocasião triste um pouco mais agradável, então certamente não há objeção a isso. …Talvez se considere que os vivos apreciarão as flores, mas que serão de pouca utilidade na sepultura, visto que o falecido não as pode apreciar. — Ecl. 9:5. … Naturalmente, outros talvez prefiram deitar flores sobre o túmulo só para embelezar o local, e não para dar honra aos mortos. Isto também é um caso de decisão pessoal. ” Nota: Assistir a serviços fúnebres em igrejas de outras religiões é altamente desaconselhável. Em A Sentinela 01/10/70, pág. 607-8, lemos: “Mas, antes de fazer isso, cada um deve considerar os diversos fatores envolvidos e as possíveis alternativas. Embora fazê-lo não seja proibido pela congregação cristã, tal proceder certamente está cheio de perigos e problemas. O serviço fúnebre na igreja é realmente um ofício religioso. Portanto, é provável que envolva um sermão que advogue idéias antibíblicas, tais como a imortalidade da alma e que todos os bons vão para o céu. Pode envolver também práticas antibíblicas, tais como fazer o sinal da cruz e mui provavelmente participar numa oração unida com o sacerdote ou ministro de outra religião. Naturalmente, o cristão não pode participar nisso, em vista da ordem em Revelação 18:4. … Sim, sua consciência estaria envolvida. Por quê? Porque outros poderiam vê-la, como uma das testemunhas de Jeová entrando na igreja, e poderiam tropeçar. …Não há assim necessidade de o cristão sentir-se obrigado a ir ao serviço fúnebre numa igreja de outra organização religiosa, onde talvez haja a tentação de ceder à pressão e acompanhar a multidão, quando todos fazem algum ato de religião falsa. Assim se evita também o perigo de se praticar num ato de apostasia e de se desagradar a Jeová Deus. Mas cada um terá de decidir isso por si mesmo, à base das circunstâncias e de sua própria consciência.”

Fumar: terminantemente proibido. Sobre fumo, veja os números de A Sentinela de 1969, pág. 510-11, A Sentinela de 01/12/84, pág. 30-1, e A Sentinela de 01/07/72, pág. 413-15 e A Sentinela de 01/01/75, pág. 96, A Sentinela 01/05/86, pág. 31, par. 1, 2: onde lemos: “As Testemunhas de Jeová adotam uma posição fundamentada na Bíblia contra o fumo, e aceitam igualmente a condenação bíblica da glutonaria. Acreditam que o fumo viola princípios bíblicos. O fumo envolve o vício da nicotina. Ademais, inalar fumo é algo desnatural. O fumo avilta o corpo, causa problemas de saúde e tem abreviado vidas que deviam ter sido usadas para o louvor de Deus. Fumar também polui perigosamente o ar que outros respiram; certamente não demonstra amor ao próximo. — 2 Coríntios 7:1; Romanos 12:1; Marcos 12:33.”

Glutonaria: proibida tanto quanto outros vícios como o fumo (acima). Difícil é determinar em que garfada começa a glutonaria, não concorda o leitor? Ainda assim, a organização se arrisca e dar vários alertas no número de A Sentinela de 01/05//86, pág. 31, onde lemos coisas como: “As Testemunhas de Jeová desaprovam a glutonaria por causa do que a Bíblia diz. Seja qual for o seu peso, esforçam-se a ‘exercer autodomínio em todas as coisas’, inclusive no comer. Isto não se dá por causa de um critério cultural quanto à moda, mas porque desejam viver segundo os princípios da Bíblia e ser cristãos ativos que gozam da aprovação de Deus.”

Guardar Luto pelos Mortos: é desencorajado. A Sentinela 15/07/98, pág. 20-23, onde lemos: “As Testemunhas de Jeová… não acham necessário demonstrar seu pesar em público por meio de algum sinal externo”, dentre outros “conselhos” sobre funerais, etc. Também, A Sentinela 01/10/62, pág. 607-8.

Jogar Buquê de Flores para Damas de Honra: terminantemente proibido. A Sentinela de 01/04/65, página 223, diz: “Visto que tal costume ocorre nos casamentos do mundo e é simplesmente um costume tradicional do paganismo, não seria considerada conduta santa, e deve ser assim eliminado dos casamenteos cristãos.”

Marcar Encontros para Namorar, Contato Físico, Cortejar, etc: desaconselhável para os que não podem fazer isso com intuito de casar-se. São muitos os artigos que desencorajam tais práticas. A Sentinela de 01/04/72, pág. 209-11, dá “admoestações” como: “Mesmo quando tais encontros não resultam diretamente em “calamidade, têm outras desvantagens. Uma delas é que reduz os seus interesses apenas a uma pessoa — numa época em que, para desenvolver sua própria madureza emocional, poderia tirar proveito da associação com uma grande variedade de pessoas. Se for rapaz, por que não se concentra primeiro em se tornar homem mesmo por ter suas amizades principais com outros homens que demonstram amar o que é direito, aprendendo deles capacidades e modos varonis? Se for moça, por que não se interessar primeiro em desenvolver-se em verdadeira pessoa adulta, tirando proveito da associação das que já são mulheres e que a podem ajudar a desenvolver boas habilidades e modos femininos? Os encontros com alguém do sexo oposto realmente interrompem e atrasam tal desenvolvimento. …Portanto, está-se favorecendo ou prejudicando quando mantém encontros com alguém do sexo oposto? A evidência é que se está prejudicando. Expõe-se ao vexame e à calamidade.” Veja outros temas relacionados que recebem o título de “condutas desenfreadas”, em A Sentinela 01/05/74, pág. 286, como a fornicação ou ato sexual entre solteiros, etc.

Masturbação: proibida e pode levar à perda do cargo congregacional. É também chamada de “vício solitário” e A Sentinela de 15/02/75, pág. 128, diz: “A masturbação definitivamente é um hábito impuro. …O cristão deve esforçar-se arduamente a evitar quaisquer hábitos imundos, inclusive a masturbação.” Existem alguns casos de pessoas casadas que não recebem “privilégios de serviço” ou cargos congregacionais por se confessarem “viciadas na masturbação”.

Música “Sexualmente” Estimulante: é proibida. Nosso Ministério do Reino de agosto de 1990, página 7, por exemplo, ao tratar de que tipo de música serve para ocasiões como uma recepção de casamento, generaliza no final: “Que dizer do uso de música na festa de casamento? Cabe aos noivos decidir se haverá música, que tipo de música será usada e até que horas será tocada. Caso decidam que haverá música durante a recepção, certamente serão guiados por princípios piedosos na sua escolha. Não deixarão a escolha da música a critério ou ao gosto de qualquer um. Música do tipo ‘lambada’ e outras músicas sexualmente estimulantes não deveriam ter lugar numa festa de casamento, nem em qualquer outra recepção oferecida por cristãos. — Veja w15/10/84, pág. 21, §§ 21-3.”

Obedecer os Pais Quando eles Proibem de Estudar a Bíblia?: é inaceitável para um cristão desobedecer a “Deus como governante antes que aos homens” (Atos 5:29). Em A Sentinela de 01/06/74, pág. 251-2, a organização termina seu artigo aplicando as palavras de Jesus “Deixai as criancinhas e parai de impedi-las de vir a mim”, a ela mesma, dando a entender que ela pode exercer o papel de “substituta” da figura de Cristo. Tire suas próprias conclusões: Se os pais exigirem que seus filhos cessem toda a associação com as testemunhas de Jeová, os filhos terão de decidir o que irão fazer, à base do que sabem ser certo…. …Por outro lado, embora neguem o pedido do filho de assistir às reuniões cristãs ou de que venha um ministro e estude a Bíblia com ele, talvez os pais não exerçam grande vigilância. Qual é a responsabilidade das testemunhas cristãs de Jeová para com tal filho? As testemunhas de Jeová respeitam corretamente os desejos dos pais quanto ao que se deve fazer no lar deles. Mas isto não significa que as testemunhas de Jeová não possam responder a perguntas bíblicas suscitadas pelos jovens que as visitam ou que se encontram com elas na rua ou em outra parte. As testemunhas de Jeová não tem nenhuma responsabilidade de mandar os filhos embora de seus Salões do Reino, só porque os pais talvez não queiram que estes assistam às reuniões ali. …Se os jovens estiverem entre os que desejam a água da vida, quem é que pode mandá-los embora? Jesus Cristo disse aos seus discípulos: “Deixai as criancinhas e parai de impedi-las de vir a mim, pois o reino dos céus pertence a tais.” — Mat. 19:14.

Parteira – É Errado Exercer Profissão sem Licença? Em A Sentinela de 15/04/84, pág. 32, a organização avisa: “A lei do país talvez até mesmo prescreva que apenas pessoas que possuem licença ou certificado podem exercer a prática de assistentes de parto. Quem desrespeita leis conhecidas nesse sentido poderia correr o perigo de ser processado como transgressor e poderia incorrer na culpa de sangue, caso o descuido ou a incompetência resultasse em morte. – Romanos 13:1-4. No que diz respeito a buscar ou prover cuidados de saúde, quer seja sobre parto, quer sob outras formas de tratamento, os cristãos devem ter em mente a declaração de Jesus: ´Pagai de volta a César as coisas de César, mas a Deus as coisas de Deus.´ – Mateus 22:21.”

Peixes – Sangrar antes de Comer? O peixe morre sufocado e não é sangrado. E agora? Cortar e sangrar era um ritual, algo simbólico? A Sentinela 15/07/73, pág. 448, insiste: “Não havendo estipulação bíblica de se espremer ou pôr de molho a carne para remover o sangue ninguém está sob a obrigação de tomar medidas extremas para extrair o sangue dos peixes. Naturalmente, o sangue de todo tipo de criatura representa sua vida, e por isso é sagrado. Portanto, ao se abrir um peixe, quando a pessoa observa um acúmulo de sangue, ela deverá removê-lo.”

Psiquiatra – é Correto Consultar? A Sentinela 15/10/75, pág. 639-40, alerta: “Consultar o cristão um psiquiatra ou qualquer outro médico, ou não, é assunto de decisão pessoal. No entanto, os verdadeiros cristãos têm profunda fé no poder da Bíblia, de dar orientação útil. Reconhecem que o Criador sabe mais sobre o homem — inclusive sobre a mente humana — do que qualquer homem. Assim, as testemunhas de Jeová encaram qualquer método de tratamento à luz da ´sabedoria de cima´. — Tia. 3:17.”

Publicações – Trocar por outras Publicações Religiosas? Terminantemente proibido. Em A Sentinela 01/11/84, pág. 32, a organização proibe esse expediente no final do artigo, e, além disso, acusa a literatura de outras denominações religiosas de disseminação do “erro ou conceitos apóstatas”. Lemos: “Portanto, é por usar de sabedoria e de respeito para com o conselho de Deus que as Testemunhas de Jeová não têm por hábito trocar valiosos compêndios bíblicos, que contêm a verdade da Bíblia, por publicações religiosas que disseminam o erro ou conceitos apóstatas.”

Serviço Militar: é proibido prestar o serviço militar obrigatório do país. A organização diz que os cristãos (leia-se “as Testemunhas”) farão tal “decisão por meio de sua consciência treinada na Bíblia”, também chamada de “consciência informada” (veja a seguir em A Sentinela de 01/05/96). Porém, se é uma decisão pessoal de consciência, por que um membro batizado quando completa 18 anos, é “orientado” pelo corpo local de anciãos a pedir eximição (diferente de “isenção”) que significará perder todos os direitos políticos como cidadão? E, depois, caso ele faça o juramento à bandeira por livre e espontânea vontade, por que é automaticamente considerado fora da organização?

A Sentinela de 01/05/96, pág. 20, par. 19, liberou finalmente o serviço civil alternativo: “O que se dá, porém, quando o Estado exige que o cristão preste serviço civil durante um período como parte dum serviço nacional sob uma administração civil? Novamente, os cristãos têm de fazer a sua própria decisão baseada numa consciência informada.” Como era isso antes, significando prisões, torturas, etc, para muitos jovens?

O livro Unidos (1983), dizia na página 167, par. 14: “Um exame dos fatos históricos mostra que as Testemunhas de Jeová não somente recusaram vestir uniformes militares e pegar em armas, durante o último meio século, ou mais, mas que também recusaram fazer serviços não-combatentes ou aceitar outro serviço em substituição do serviço militar. Por quê? Porque estudaram os requisitos de Deus e depois fizeram uma conscienciosa decisão pessoal. Ninguém lhes diz o que devem fazer.”

A revista Despertai de 08/05/75, pág. 22, contava: “Outras perguntas circunscreveram ainda mais a questão. ‘Quando a pessoa objeta ao serviço militar’, declararam os agentes do governo, ‘passa da jurisdição militar para a jurisdição civil, e desse momento em diante não tem mais nada que ver com os militares. Por que, então, ainda é objetável aceitar tal serviço civil?’ Aceitar voluntariamente tal trabalho é objetável ao cristão devido ao que a lei de Deus diz sobre o assunto: ‘Vós fostes comprados por um preço; parai de vos tornardes escravos de homens.’ (l Cor. 7:23) A servidão civil como substituto para o serviço militar seria igualmente objetável para o cristão. Com efeito, desta forma se tornaria parte do mundo, ao invés de manter-se separado, como Jesus ordenou. — João 15:19; 17:14-16.”

Nota 1: O Serviço Civil Alternativo, no Brasil, não é permitido, mas em outros países atualmente é permitido conforme em A Sentinela de 01/05/96.

Nota 2: Como já falado acima, a eximição é obrigatória para um membro Testemunha de Jeová batizado se o membro não quiser ser considerado como dissociado. Veja como A Sentinela de 01/05/96, pág. 19, par. 14, em diante, fala da eximição como sendo algo que uma TJ poderá escolher ou não, mas que todo ancião (dirigente local) sabe que, caso o membro batizado jure a bandeira, isso será igual a pedir para não mais ser considerado uma TJ: “…Caso um cristão dedicado e batizado more num país onde se concede eximição do serviço militar aos ministros de religião, ele poderá aproveitar-se desta provisão, porque de fato é ministro. (2 Timóteo 4:5) Diversos países, inclusive os Estados Unidos e a Austrália, têm concedido tal eximição mesmo em tempo de guerra. E em tempos de paz, em muitos países que mantêm o serviço militar obrigatório, concede-se eximição às Testemunhas de Jeová, por serem ministros de religião. Podem assim continuar a ajudar pessoas com o seu serviço público. O que se dá, porém, quando o cristão mora num país que não concede eximição aos ministros religiosos? Então ele terá de fazer uma decisão pessoal, seguindo sua consciência treinada pela Bíblia. (Gálatas 6:5) Serviço civil No entanto, há países em que o Estado, embora não conceda eximição aos ministros religiosos, reconhece que algumas pessoas podem ter objeção ao serviço militar. Muitos destes países têm providências para não obrigar essas pessoas conscienciosas a prestar serviço militar. Em alguns lugares, o serviço civil compulsório, tal como um trabalho útil na comunidade, é considerado como serviço não-militar, nacional. Pode o cristão dedicado prestar tal serviço? Novamente, o cristão dedicado e batizado terá de fazer a sua própria decisão à base da sua consciência treinada pela Bíblia.”

Sexo Oral e Anal: – A organização intrometeu-se muito nesse tipo de assunto e isso contribuiu até mesmo para ruína de casamentos. Na década de 70, ela escreveu sobre isso como em A Sentinela de 15/06/70, pág. 380-1, quando tratou pela primeira vez desse tema: “Alguns sustentaram, porém que entre marido e mulher é permissível absolutamente tudo. No entanto, tal conceito não é apoiado pela Bíblia. Em Romanos 1:34, 32, onde se fala tanto de homens como de mulheres que praticavam atos sexuais imorais, inclusive atos lésbicos e sodômicos, a Bíblia menciona o uso natural da fêmea. Assim se mostra que entregar-se a tal uso dos órgãos de procriação para satisfazer algum desejo cobiçoso de excitação sexual não é aprovado por Deus.” Em A Sentinela 01/11/73, pág. 670-1, ela foi mais longe e escreveu: “O modo natural de um casal ter relações sexuais é bastante evidente da própria constituição dos seus respectivos órgãos por parte do Criador, e não deve ser necessário descrever como estes órgãos se complementam mutuamente nas relações sexuais normais. Cremos que, fora dos que foram doutrinados pelo conceito de que ‘no matrimônio tudo vale’, a grande maioria das pessoas rejeita normalmente como repugnante a prática da copulação oral, bem como a copulação anal. Se estas formas de relações não são ‘contrárias à natureza’, então o que é? Que os que praticam tais atos o fazem por consentimento mútuo como casados não torna tais atos naturais, nem faz com que não sejam ‘obscenos’. É este nosso modo de pensar ‘tacanho’ ou ‘extremo’? …se casos de flagrante conduta desnatural, tais como a prática da copulação oral ou anal, forem trazidos à sua atenção, os anciãos devem agir para tentar corrigir a situação, antes de resultar dano adicional, do mesmo modo como fazem com qualquer outro erro sério. …Portanto, os casais cristãos podem manter “o leito conjugal imaculado”, não só por se refrearem da fornicação e do adultério, mas também por evitarem práticas aviltantes e desnaturais. — Heb. 13:4.”

A organização continua “alertando”, por dizer que tal ato para um varão pode fazê-lo perder até mesmo privilégios, dependendo da situação da prática de tais “relações sexuais pervertidas”. Como assim? Veja A Sentinela 15/09/83, pág. 31, onde lemos dentre outras coisas: “…Entretanto, se se tornar conhecido que um membro da congregação pratica ou defende abertamente as relações sexuais pervertidas dentro do vínculo do casamento, este certamente deixaria de ser irrepreensível, e, portanto, não estaria apto para privilégios especiais, tais como servir qual ancião, servo ministerial ou pioneiro. Tal prática e promoção poderiam levar até mesmo à expulsão da congregação.” Já no KS 1991 (livro dos anciãos), pág. 142, lemos no penúltimo parágrafo: “Ao passo que as práticas pervertidas são erradas, se alguém está envolvido ou envolveu-se em tais práticas, isso não significa que ele ou ela deva necessariamente perder os pivilégios de serviço.”

Ou seja, sexo oral ou anal só ficarão realmente comprometedores do cargo se alguém vier a saber sobre eles.

Sininhos Acionados pelo Vento: proibidos dependendo do objetivo. A Sentinela de 01/11/81 explica na página 32: “…Mas, em alguns países é costume armar tais sininhos com a idéia de espantar maus espíritos do lar. É evidente que o cristão não faria uso de sininhos eólios para tal fim. Portanto, se em certo país ou em certa localidade existir tal crença supersticiosa, então não será sábio ter tais sininhos no lar. Assim ninguém tropeçaria, nem se daria a impressão de que as Testemunhas de Jeová recorrem a sininhos eólios para algum fim antibíblico. – 1 Cor. 10:31-33. Todavia, se o motivo de se armarem sininhos eólios não tiver nada que ver com a religião falsa, a superstição ou o demonismo, e se houver pouca possibilidade de outros obterem uma impressão errada sobre o seu uso no lar, então é simplesmente uma questão de decisão pessoal.”

Truques de “Mágica”: A Sentinela de 15/06/65, pág. 383, adverte que, se os truques de mágica forem apenas frutos de uma habilidade manual e não algo demoníaco, pode haver certa tolerância. Contudo, mesmo simples “truques de mágica podem atrair demônios” e, portanto, essa prática é desaconselhada para uma TJ.

Uso de Adornos e Calças Compridas: Adornos – desaconselham-se adornos exagerados que atraiam a atenção para a mulher e não para a adoração. Veja A Sentinela de 1962, pág. 127-8. Calças Compridas – são desaconselháveis em reuniões e pregação. A Sentinela de 01/03/73, pág. 159-60, diz: “A mulher cristã… não quer ser causa de tropeço para outros, nem lançar vitupério sobre a congregação cristã. A roupa que talvez não seja considerada com desagrado quando usada na própria casa ou no trabalho pode ser objetável quando usada nas reuniões cristãs e quando se proclama publicamente a Palavra de Deus, ou em outra atividade pública.”

Um Parecer Adicional:

Como podemos ver na lista acima, quase todo aspecto da vida de uma Testemunha é controlado. E para termos uma ideia mais ampla sobre a que ponto pode chegar o legalismo de uma religião autoritária, Raymond Franz, ex-membro do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová, conta-nos no capítulo 8 (“O Legalismo – Oponente da Liberdade Cristã”) do livro Em Busca da Liberdade Cristã (em inglês), seqüência do livro Crise de Consciência:

Em 1976, O Corpo Governante das Testemunhas de Jeová decidiu fazer uma revisão de seu manual Ajuda Para Responder Correspondência dos Escritórios de Filial. O manual visa orientar todas as Comissões de Filial da organização no trato dos problemas. O objetivo da revisão era que o manual contivesse as decisões mais recentes do Corpo Governante. Gene Smalley e Robert Wallen, membros do pessoal, foram designados para redigir um manual atualizado e entregaram sua proposta de revisão em setembro de 1977, tendo sido obra principalmente de Smalley. A Comissão de Redação designou-me para fazer a edição final da matéria. Achei a designação deprimente. Embora familiarizado com o manual original devido à experiência passada, senti então plenamente a que ponto chegara a visão legalista que a organização adotara em relação ao cristianismo. Dois anos depois, eu ainda não tinha completado a editoração e, tinha, de fato feito bem pouco progresso. Propus passar a designação a outra pessoa, mas Lyman Swingle, então coordenador da Comissão de Redação, disse que não tinha pessoalmente pressa alguma de ver a matéria concluída, e que, no que lhe dizia respeito, “quanto mais dela fosse ‘para o incinerador’ melhor.” Analise o índice das 114 páginas da matéria proposta:

ÍNDICE

Aborto 78

Adoção 14

Adultério, Evidência 27, 28

Afiliação a Várias Organizações 83

Anciãos 33-35

” , Anteriormente Desassociados 64

” , Transgressão

Aniversário 22, 23

Anulações, 31, 32

Apostasia 4

Arma, Emprego com Arma 47, 48

Assassinato 68

” , Culpa de Sangue 12

Auto-defesa 102

Bandeira, Exibição 55

Bandeira, Saudação e Hinos Nacionais ou Escolares 54, 55

Batismo 5-8

Pessoa Retardada 7

” , Serviço Militar 86a

Bebidas Alcoólicas 1

Bônus do Governo 60a

Calças, Mulheres 15

Casamento 75-77, 113, 114

” , Anulação 31, 32

” , com Descrente 35, 49, 50, 75, 76

” , com Pessoa Desassociada 6, 7

” , Consuetudinário 16

” , de Pessoa Desassociada 21,

” , Divórcio, Decreto Interlocutório 30

” , Salão do Reino 70

Chá de Baby, Panela 114

Cidadania 89

Cobrir a Cabeça 66

Comemoração 84, 85

Comissão de Apelação 64, 65

Comissão, Necessidade 61

Conduta com Pessoas do Sexo Oposto 17, 18

Conduta Desenfreada 17, 18

Confissão 62

” , Adultério 25, 28

” , de Ancião 34

Consensual, “Casamento” 29

Consuetudinário, Casamento 16

Controle de Natalidade 52

Cuidar de Casos de Transgressão 61-65

Culpa de Sangue 12, 34

Declaração de Compromisso de Fidelidade 16, 23, 29, 30, 76

Desassociação 20-23

Desassociado, casar com 6, 7

” , Funeral 57

” , Mudar-se para casa de 74

” , Recusar Encontro com 62, 63

Dissociação 19, 87, 88, 90

Divórcio 24-32

” , Porneia 104

” , Onde é Difícil 30

Doença Venérea 28

Emprego 36-48

” , Armado 47, 48

” , Envolvendo Sangue 10

” , Estrangeiro 2

” , Professores Escolares 99, 100

” , Sociedade Comercial 3

” , Tabaco 109, 110

Empréstimos 71, 72

Escolas Religiosas 45, 46

” , Educação Secular 98-100

Escola Teocrática, Matricular-se 82

Espiritismo 79, 106

Esterilização 80, 81

Estrangeiros 2, 3

Estudo Bíblico, Pessoa Desassociada 22

Estupro 52

Eximição, serviço Militar 87

Família, Assuntos de 49-52

Feriados, Cônjuge Descrente 49, 50

Filhos 14

” , Retardados 51

” , Transgressões de 50, 64

Funeral 55-58, ,

” , Salão do Reino 70,

” , Veteranos de Guerra

Governo, Trabalho Exigido 90

Hermafrodita 104

Hinos 54, 55

Hipnotismo 78, 79

Honra a Autoridades Governamentais 67

Hospitais Religiosos 46

Igreja, Compra ou Venda de Salão do Reino 96

” , Filhos 51

” , Remoção do Nome 5, 6

Ilegais, Atividades 68

Ilegitimidade 52

Impostos 107

Impotência 31

Insanidade 31

Jogos de Azar 59, 60

Karatê 102

Legais, Assuntos 73

Medicina Ilegal 79

Médico, Sangue 10, 11

Médico, Tratamento 78-81

” , Localizar 78

Militar, Serviço 86-88

Morar, Acomodações 74

Multas 53

” , Sindicato 112

Música, Hinos 54, 55

Namoro 32

Naturalização 89

Neutra, Comissão 64, 65

Neutralidade 90, 91

Noiva, Preço de 32

Notícias, Serviço 92

Núpcias 113, 114

Órgãos, Transplantar 81

Pais, Cuidar dos 52

Patriotismo, Saudação à Bandeira e Hinos 54, 55

Pioneiro, Qualificações 93

Piquete, Fazer 112

Perdão, por porneia 28

Políticas, Eleições 94

Porneia 17, 18, 25, 103, 104

” , Evidência 27, 28

Prêmios 60

Prisão 69

” , Ancião 34

” , Trabalho 110

Psiquiatria 80

Readmissão 23

” , Privilégios 63, 64

Rebatizar-se 7

” , Anciãos 34

Recreação 95

Registrar-se Para Votar 94

Relações Sexuais, Pessoas Divorciadas 30, 31

Religioso, Envolvimento 96, 97

Restituição 23

Retardados Mentais 51

” ” , Batismo 7

” ” , Transgressões 63

Reuniões 82

” , Pessoa Desassociada

Salão do Reino, Casamentos 70

” , Comprar de Igreja 96

” , Desassociados 22

” , Filhos Freqüentam 51

” , Financiamento 71, 72

” , Vender para Igreja 96

Servo Ministerial, Anteriormente Desassociado 64

Sangue 9-11

Segregação 101

Sexo, Mudança de 104, 105

Sexual, Conduta 103-105

Sindicatos, Afiliação e Atividades 111, 112

Sociedades Comerciais 34

Soros 9

Subornos 13

Suicídio 57

Tabaco 108-110

Transexual 104, 105

Travestir-se 105

Transplantes de Órgãos 81

Tribunal 73

Uniforme 69

Vestimenta que é Apropriada 15

Viúva, Pensão 77

Votar 94

” , Sindicatos 111

Virtualmente cada setor da vida ¾ assuntos familiares e conjugais, emprego, relações sociais e comunitárias ¾ é coberto por uma ou outra das normas contidas nesta publicação. Mas os 174 tópicos alistados no índice dão apenas uma visão superficial da realidade que se acha nas páginas, uma pequena idéia de exatamente quão extensas e complexas tinham se tornado as normas da organização. E mesmo as páginas do manual contam apenas uma parte da história, pois elas trazem referências abundantes a artigos da Sentinela que se prendem ainda mais a detalhes técnicos das normas elaboradas. A proliferação de regulamentos e sub-regulamentos que se acham em suas páginas (algumas “impostas” diretamente e outras de modo apenas sutil) só podem ser descritas como talmúdicas. E a cada ano, novas regras são formuladas em resultado das reuniões do Corpo Governante.

Embora o manual revisado devesse chamar-se Orientações Para Correspondência, todo aquele que ocupa a posição de ancião congregacional, superintendente viajante ou membro de Comissão de Filial sabe que o conteúdo do manual não é mera orientação, mas tem força de lei. Ele sabe que se não se apegar estritamente a estas normas e decisões ao tratar dos assuntos, ele estará sujeito à disciplina. Estas normas são, de fato, tratadas com o mesmo respeito que se teria às declarações diretas das Escrituras, lei divina. As Testemunhas aprendem a encará-las assim. Já em A Sentinela de 15 de maio de 1944 (em inglês), via-se esta declaração:

Deve-se ter sempre em mente que a organização de Deus de seu povo é Teocrática, não democrática. As leis de sua organização vêm dele próprio, o grande Teocrata, Jeová, o Supremo… De modo único, uma organização é regida do alto para baixo (o que significa do Deus Altíssimo para baixo) e não de baixo para o alto (isto é, das pessoas das congregações para o alto).

É bem evidente que o chamado “grande conjunto de leis teocráticas” hoje existente dentro da organização das Testemunhas não se origina das pessoas das congregações, as da chamada parte “de baixo.” O “alto” de onde emanava este “conjunto de leis,” porém, na realidade não ultrapassava a liderança da comunidade das Testemunhas, sua “autoridade controladora” atual.

Fim da Citação

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