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Atualizado em 23/10/2020
Falsa Profecia Sobre as Nações Unidas
Uma das profecias mais conhecidas e destacadas do Corpo Governante refere-se a Revelação 17:3, que diz:
E ele me levou no poder do espírito para um ermo. E avistei uma mulher sentada numa fera cor de escarlate, que estava cheia de nomes blasfemos e que tinha sete cabeças e dez chifres.
Este texto é explicado em A Sentinela, 1o de novembro de 1975, página 654:
A Bíblia apresenta “Babilônia, a Grande”, como montada numa “fera” cor de escarlate. Esta fera simboliza a organização mundial de paz e segurança conhecida agora como Nações Unidas. É chamada de “oitavo rei”, de Oitava Potência Mundial da profecia bíblica. — Rev. 17:1-11.
A fera cor de escarlate, portanto, era a Organização das Nações Unidas. Explicando o papel dessa fera, o livro Conhecimento Que Conduz à Vida Eterna, página 106, diz:
15 Como este sistema acabará? A Bíblia prediz uma “grande tribulação” que começará com um ataque desferido pelo elemento político deste mundo [isto é, a ONU] contra “Babilônia, a Grande“, o império mundial da religião falsa . . . Depois, Satanás, chamado de “Gogue da terra de Magogue”, usará homens corruptos para fazer um ataque total ao povo de Jeová. Mas Satanás não será bem-sucedido, porque Deus salvará Seus servos.
Como vimos, esta fera tem ativa participação em dois eventos: a destruição da “religião falsa,” Babilônia, a Grande, e o ataque final ao povo de Jeová (supostamente, as Testemunhas). Este era o ensino oficial da Torre de Vigia. Que a fera toma parte neste segundo evento pode ser confirmado em Revelação — Seu Grandioso Clímax Está Próximo, páginas 279, 280:
2 O ataque feroz do Diabo é vividamente descrito no capítulo 38 de Ezequiel. Ali, o rebaixado Satanás é chamado de “Gogue da terra de Magogue”. Jeová põe ganchos figurativos nas maxilas de Gogue, puxando a ele e suas numerosas forças militares ao ataque. Como faz isso? Por fazer Gogue encarar Suas testemunhas como povo indefeso, “reunido dentre as nações, que está acumulando riqueza e bens, morando no meio da terra”. Este povo ocupa o centro do cenário na terra, como o único que se nega a adorar a fera e sua imagem. Sua força e prosperidade espirituais enfurecem a Gogue. De modo que Gogue e sua numerosa força militar, inclusive a fera que ascendeu do mar com seus dez chifres, afluirão todos para aplicar o golpe final. O povo limpo de Deus, porém, dessemelhante de Babilônia, a Grande, tem proteção divina! — Ezequiel 38:1, 4, 11, 12, 15; Revelação 13:1.
Gogue representa Satanás, que, de fato, controla a fera, para que esta execute seu propósito. Isto resulta em que a ação de Gogue e da fera de sete cabeças e dez chifres é realmente uma só, e não ações separadas. O conceito de que a fera representou a extinta Liga das Nações e depois a ONU é antigo, existe pelo menos desde 1926, como registra A Sentinela de 15 de junho de 1972, página 366, parágrafo 4. Era, pois, um ensino com cerca de 80 anos de existência. A ação de Gogue (ou da fera) pode ser confirmada em A Sentinela, 1/7/71, pp. 402-403, 15/3/76, p. 168; “Caiu Babilônia a Grande!” (1972), pp. 160, 178; O Homem em Busca de Deus (1990), página 370; Clímax de Revelação, p. 248, par. 6, p. 256, par. 17; Preste Atenção à Profecia de Daniel (1999), pp 282-285.
Em data tão recente como o ano 2000, o livro Profecia de Isaías, Volume I, páginas 153 a 154, afirmava:
20 A quem Jeová usará para disciplinar a rebelde cristandade? A resposta está no capítulo 17 de Revelação (Apocalipse). Apresenta-se ali uma meretriz, “Babilônia, a Grande”, que representa todas as religiões falsas do mundo, incluindo a cristandade. A meretriz está sentada numa fera cor de escarlate com sete cabeças e dez chifres. (Revelação 17:3, 5, 7-12) A fera representa a organização das Nações Unidas.* Assim como o assírio do passado destruiu Samaria, a fera cor de escarlate ‘odiará a meretriz e a fará devastada e nua, e comerá as suas carnes e a queimará completamente no fogo’. (Revelação 17:16) Assim, o assírio moderno (as nações ligadas à ONU) aplicará um duro golpe contra a cristandade e a extinguirá.
21 Será que as Testemunhas fiéis de Jeová perecerão junto com Babilônia, a Grande? Não. Deus não está descontente com elas. A adoração pura sobreviverá. Contudo, a fera que destruirá Babilônia, a Grande, gananciosamente voltará seus olhos também para o povo de Jeová. Ao fazer isso, a fera não executará o pensamento de Deus, mas sim de outro persona-gem. De quem? De Satanás, o Diabo.
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. . . Ao tentar aniquilar o povo de Jeová, o assírio moderno estará na verdade lutando contra Jeová Deus e o Cordeiro, Jesus Cristo . . . Como o assírio do passado, a fera cor de escarlate ‘irá para a destruição’. Não mais será temida.
Confirmou que a fera cor de escarlate (também chamada de “assírio moderno”) participa não só da destruição da meretriz babilônica como da ‘tentativa de aniquilação’ do “povo de Jeová”.
Veio então A Sentinela de 1o de junho de 2003, página 20, párágrafo 10, que diz:
Quem chefiará o ataque de Gogue?
11 Gogue de Magogue é identificado como sendo Satanás, o Diabo, na sua condição rebaixada desde 1914. Ele, como criatura espiritual, não pode executar seu ataque diretamente, mas usará agentes humanos para fazer isso. Quem serão esses agentes humanos? A Bíblia não nos fornece pormenores, mas nos dá certos indícios que podem nos ajudar a identificar quem serão. Ao passo que se desenrolam os acontecimentos mundiais em cumprimento das profecias bíblicas, aos poucos obteremos um quadro ainda mais claro. O povo de Jeová evita especulações, mas continua espiritualmente vigilante, plenamente apercebido dos acontecimentos políticos e religiosos que se encaixam no cumprimento da profecia bíblica.
Embora a linguagem não esteja muito explícita (como costuma fazer a Sociedade quando lhe convém) algo ficou bem claro. Durante décadas e até há pouco, como provam as publicações já citadas, o Corpo Governante sabia e ensinava que a ONU (a fera política cor de escarlate, usada por Gogue) destruiria a religião e empreenderia o ataque final contra “o povo de Jeová”. Agora, com esta revista, e com as palavras “A Bíblia não nos fornece pormenores”, ela vem reconhecer que não sabe mais quem serão os agentes atacantes humanos.
Na verdade, embora a Sociedade ensinasse isso desde os anos 20, ‘a Bíblia nunca forneceu esses pormenores’ mas as Testemunhas de Jeová foram levadas pelo Corpo Governante a crer que esta era a profecia correta: a ONU destruiria a “religião falsa” e depois atacaria as Testemunhas de Jeová, sendo então destruída por Deus. A profecia de Revelação certamente ainda se cumprirá, mas não a dos homens de Brooklyn. Agora, terão de esperar os acontecimentos mundiais para ‘obter um quadro mais claro’. Os adeptos da organização já não poderão ensinar tal coisa às pessoas, e alguns, os mais conscientes, terão muito o que pensar quanto à certeza do ‘alimento’ proveniente do suposto “escravo fiel e discreto.” Consciente de que essa mudança pode dar o que falar, o parágrafo acima diz: “O povo de Jeová evita especulações”. Na linguagem típica das publicações da organização, isto significa a condenação de comentários em torno do assunto, algo a temer por parte da Torre de Vigia, que afirma exercer papel profético. Num tom de grande sabedoria aconselha a ‘evitar especulações’, enquanto ela mesma especulou durante oito décadas.
Vale a pena, porém especular, sobre os motivos da mudança. Terá sido porque nunca pareceu tão improvável que agora ou num futuro próximo os estados políticos se voltem contra a religião? Ou porque a recente guerra dos EUA contra o Iraque, apesar da oposição da ONU, deixou esta totalmente enfraquecida para cumprir o papel que a Torre de Vigia lhe reservava? Ou será que a Sociedade, que até recentemente e em segredo fazia parte de uma lista de organizações não-governamentais comprometidas em apoiar a ONU e dela receber certos favores resolveu mudar de posição? Quando o fato foi amplamente divulgado ela retirou às pressas seu nome da lista, mas talvez ainda esteja interessada em receber as benesses da organização política mundial, e como poderia fazê-lo se continuasse a afirmar em suas publicações que esta ocupa uma posição tão negativa nas profecias bíblicas?
Ao passo que todas estas não passam de conjecturas, fica a certeza de que mais uma falsa profecia humana teve de ser desfeita, como aconteceu com outras que o tempo se encarregou de anular, e como certamente ainda acontecerá nos próximos anos.